sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Enquanto existir forças

  Naquele momento Brigida começou a escrever...
"Não está sendo nada fácil!
A dor está em mim, mesmo quando me forço a acreditar que já não sinto nada. Aida sinto e ainda dói. Como uma ferida aberta. Uma costura mal feita. Uma queimadura exposta. Tudo dói. Eu ainda teimo em acreditar que vai passar mas então, a dor volta ainda mais forte. Já nem resisto mais, ja nem luto contra. Apenas sinto. E já estou tão saturada, tão cansada de lutar contra mim mesma, contra meus monstros e temores. Já estou tão calejada que, ultimamente tenho criado um casulo e me escondido dentro dele.
Sempre acreditei que, de alguma forma, em algum dia eu teria a recompensa de ser bem tratada e amada por quem eu tanto amei e me doei. Não!! Acho que ser ignorada e maltratada é mais fácil. Por que, quando se ignora algo ou alguém você se poupa. Se doa menos. Autopreservação! Mas quem sente é que sabe o tamanho da dor. E essa guerra interminável, incansável me tendo como juiz e vítima torna tudo ainda pior. Torna tudo ainda mais doloroso. Quando uma faísca de esperança surge, sou açoitada com a dura realidade que não importa o quanto eu deseje, nada vai mudar. Essa é minha realidade. Isso é o que mereço. Isso é o que valho. E enquanto isso, vou sentindo a dor e me fingindo de forte ate quando der. Ate quando minhas forças durarem. Ate quando eu suportar."
Aos prantos, Brigida voltou ao quarto, guardou sua máquina de escrever e se trancou em seus aposentos.


By: My

Nenhum comentário:

Postar um comentário